Viagem Alucinante
( ou Psicadélica)
Fechamos todas as portas da
memória
E no interruptor desligamos a
inteligência-lógica;Subamos as escadas sensoriais do passado rumo à arte...
Recebemos o troco em pão-sacrificado
do bilhete para a passagem.
Partamos sem desejos
Partamos sem lembranças graves...
A estação fica deserta de nós,
E cada som agora parece um passado longínquo.
Respira-se no ar o enxofre das engrenagens
Misturadas no apertado peito com a palavra Saudade
E visões coloridas de spots publicitários
Que se espetam no meio dos olhos
Como dois gigantes parafusos.
Durante os cânticos dos Anjos-borboteta
Despedimo-nos da realidade-objectiva,
Despojando na paleta de Deus
As cores e os sons de nós mesmos.
Trocamos fluídos entre seres invisíveis.
Sentimos o sonho nos bafejar no rosto
Precipitando-se para o exterior difuso
Para além da janela oca
Outros muitos se projectam e se precipitam...
A viagem não é tão longa assim.
do livro "pretéritos imperfeitos" 2006 do autor
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