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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

kangosta vellha. ser português







Ser Português
 
 

 
Quanta melodia de solidão,
Esta angústia que nos abandona
Em cegueiras de alma
Dentro do nosso coração...

Camões, meu amigo,  meu irmão,  meu palhaço...

Descanso ás almas penadas
Que se vagueiam pelo amplo tempo,
Em sonolências e calmas águas.
Esta continua saudade que temos da terra,
Esta voz de Idade perigosa,
Saudade que prende esta mágoa Portuguesa.
Este tempo intranquilo.

Não podemos fugir a este destino fatal
Cruzamos a vida num porvir descontinuo,
Em ansiedades loucas,
Desejos e paixão,
Temos de cumprir a nossa sina.

Matamos a verdade,
Fingindo uma outra verdade.
Nos descobrimos na alegria,
No canto daquilo que somos
A vaidade do nosso passo esta na alegria
Da saúde do nosso viver.

 Brilhamos na saudade...

 Desdobramos na mesa um olhar fresco
Sobre a maça, sobre o pão, o vinho, a vida...
Tão cegos e tão puros,
Na Noite que sonhamos
Somos um Fado tão triste...
 
do livro "pretéritos imperfeitos" 2006 de josé luis pinto