Moonmadness
I
Sobre as pedras da calçada...
Desdobra as toalhas do esquecimento
Que eternizam esta parede.
Somente em perspectiva cósmica
Nos debruçamos na fuga destes pontos
Que nos unem.
Ficas só e só eternizas o movimento
Da fuga que dispara.
São os teus olhos sempre que nos dizem...
Quando estamos prontos.
II
Pantomina infantil;
Pedófilia animal.Os vesgos mentais
Desassociados da verdade;
Que vivem em televisões,
Se perdem no sono...
Um teclado em sobressalto,
Por entre memórias “Stein”
Bachianas ou lentas valsas de Kasparov;
Um Xadrez sintonizado em ondas hertezianas,
nos segreda vícios
De retratos em revista
Cheirando a ananases frescos.
Tudo é Frustação, irreal, fantasmagórico.
III
Fazer esta passagem por aqui...
Algures algo espera por nós;Entre o tudo e o nada
Esquecemos o dia de ontem.
Como um sonho frustado
De mais sonhar e sonhar,
No Pesadelo dos “Ficheiros Secretos”,
Na Teatrealidade
De um programa desportivo
Onde o Palhaço Reina
E nos distrai das promessas
De um governo como tantos outros
Fantoches da obrigação.
IV
Aqui desesperas...
Fumando o cigarro Que te atraiçoa,
Neste recanto lento das horas ocas
Por dentro e fora.
Aqueles Mares de casca de noz
Que a história nos conta,
Em vagas com imagens de pesadelo,
Essas mesmas memórias
Que ritualizamos e fugimos,
Como em sonhos;
Alguém nos persegue
Mas nunca desvendamos o mistério.
V
Nus,
Unidos,
Lutamos contra incertezas
Que se espalham.
É lá que os Poetas renascem
Entre a poeira,
O ar quente,
As tempestades...
Nos desertos os Filósofos
Aspiram a subir mais alto...
Felizes somos por nada sermos.
Pelos desertos é que vamos ao encontro...
E fazemos vãs travessias
Por vezes,
Na procura do que já encontramos há muito.
Mas continuamos,
Porque sabemos que o prazer
Está na viagem.
VI
Em criança me lembro ainda;
“– Mãe dá-me a Lua !!!. - Ela é tão bela !!!... “.
E era assim a beleza
Escrita num raio azul de Lua
Numa noite que era dia.
A grandeza do luar
Na tez de uma criança que descobria sonhos.
Cavaleiros azuis
Com suas capas negras
Esvoaçando em farrapos,
Montados em cavalos cinza
Desenhavam no céu
Todo o mistério da noite
Por entre os olhos de uma criança.
Que não podemos subtrair...
A soma fantástica de nada possuir.
Ficamos reduzidos
À significância da Guerra, da Fome, da Peste.
Deram-nos tempo para o mistério,
Fizeram-nos compreendê-lo,
Esgota-se o tempo.
Time Out (Game Over...).
do livro "pretéritos imperfeitos" 2006, josé luis pinto
Sem comentários:
Enviar um comentário