Ser Português
Quanta melodia de solidão,
Esta angústia que nos abandonaEm cegueiras de alma
Dentro do nosso coração...
Camões, meu amigo, meu irmão, meu palhaço...
Descanso ás almas penadas
Que se vagueiam pelo amplo tempo,
Em sonolências e calmas águas.
Esta continua saudade que temos da terra,
Esta voz de Idade perigosa,
Saudade que prende esta mágoa Portuguesa.
Este tempo intranquilo.
Não podemos fugir a este destino fatal
Cruzamos a vida num porvir descontinuo,
Em ansiedades loucas,
Desejos e paixão,
Temos de cumprir a nossa sina.
Matamos a verdade,
Fingindo uma outra verdade.Nos descobrimos na alegria,
No canto daquilo que somos
A vaidade do nosso passo esta na alegria
Da saúde do nosso viver.
Tão cegos e tão puros,
Na Noite que sonhamos
Somos um Fado tão triste...
do livro "pretéritos imperfeitos" 2006 de josé luis pinto