Páginas

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

kangosta vellha. pat metheny

 
 



Pat Metheny


Torna-se Real;
A hipocrisia sedenta das virtudes
Esmaga a Fantasia.
Nunca fui tão somente (e sempre isto)
Vazio por fora e cheio por dentro.
Lança o Pescador o anzol e a rede
Pensando que aquele momento
Seja um gesto universal,
Qual quê?!...
O Real é o único momento de verdade.
Bem nos massacramos
Ao piano a tocar melodias sempre novas.
Tenho por hábito
Alguns amigos meus que não os conheço,
Que não sei quem são ou onde estão
E que me pertencem
Como os meus braços ou pernas.
Como se fosse obrigado a saber
A data destes poemas ou apontamentos...
Faço, e quantas vezes não fazemos
As delícias entre os acordes.
Temo em perecer entre violetas
E pétalas soltas de arco- íris...
Perecemos em benefício de outrem.
Nunca me senti tão vivo e tão só...
Sacrificamos ou apostámos
Em tudo aquilo em que cremos.
Como gostaríamos que o tema se tornasse universal,
A molécula um ser composto...
Como um livro nos desfazemos
Perante a chama ( aquela phoénix renascida) sagrada,
Como desejávamos um mundo bem melhor do que este,
Um encontro mais perfeito
Entre o vento e o Oceano.
 
do livro " pretéritos imperfeitos" 2006 de josé luis pinto
 
 

Sem comentários:

Enviar um comentário