Poesia feita de mãos e dedos
entrelaçados,
De espaços azuis e de pássaros de
fogo,
As melodias que não esquecem
deixadas ao sabor do vento;
As badaladas que o tempo ecoa
No presente que espera um amanhã
vindouro,
Feitas em água-fogo
Estendidas nos arames vida
Com molas ser.
A poesia tarda sempre;
O que sempre foi e já não é.
Em desenhos musicais de ouvido
As aranhas tecem teias em paredes
que não existem;
Os sinos da poesia que se vão
revelando numa aldeia longínqua abandonada
são o sonho e prazer de um louco
E quem a lê sente uma cascata
invertida... A poesia esquece.
A memória reflecte o que há-de
vir.
O dia que se estende no entendimento
das horas,
Unidos, vagos,
Os pensamentos correm para um mar
por adivinhar,
Calmos e serenos regressam pela
mesma estrada;
Os mesmos gestos, a mesma voz,
A vida que se respira a plenos
pulmões!...
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