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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

kangosta vellha. mais um dia - poema

 
 



mais um dia

A engrenagem da máquina disparou.
a roda dentada do motor principal
apoiada num parafuso sem-fim,
vomitara o seu desconforto
em ânsia desmesurada.
estaria saturado daquilo tudo...

Uma vida percorrida de entrega aquela função...
o que tinha ganho!?...
um salário miserável
um casamento medíocre
uma doença que lhe roía as entranhas.
Acabaria vencido.

Sonhara a vida um romance possível
com dias normais
de alegria e tristeza.
Olhava agora o passado como um doido,
o que tinha construído ou destruído
sem significado, ausente...

Tocara a sineta,
disparara como um clarim...
Acordou de um pesadelo e regressara á sua realidade,
abandonou tudo o que fazia
pegou na sua bagagem
era o momento de voltar outra vez a casa.

Chegara a noite e com ela a criança.
Pegara nela encostando-a ao peito a aconchegara
deu-lhe mimo, alimento, contou-lhe histórias...

                                                                              josé luis pinto 20/12/12

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